[ off ] Parabéns Canadá, pela abertura da caça às focas. Uma atitude digníssima. Que venham muitas machadadas nas cabeças de seus filhos.
[ on ] As idéias parecem estar fluindo com mais dificuldade nesse meu funil. Por isso, atendendo um pedido antes negado em meu Fotolog, postarei aqui:
AAAAAaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAaaaaaaaaaa Maldição!
A tal maldição se baseia na revelação de oito fatos ridículos da vida do amaldiçoado.
Eis o calvário:
Number Um: Vamos começar mencionando desde o início desta minha tão adorável vida. Como se já não bastasse ser um filho totalmente não-planejado e acidental, quando muito pequeno, vivia caindo de cabeça em todos os tipos de solo. Arenoso, asfaltado e até argiloso. Já experimentei todos. Porém, uma vez, quando tinha 2 anos de idade, em pleno casamento da minha irmã, meu pequenino corpo não aguentou o peso de minha magnânima cabeça e, para variar, novamente estatelei minha testa no chão. Só que dessa vez , eu desmaiei, e pensaram até que tinha entrado em coma. Minha tia deixava os meus olhos abertos, pensando assim afastar o coma de minha vida (óbvio). Esta queda me acompanha até hoje. Mas não em forma de memória, e sim de duas elevações anormais em minha testa, muito similares a dois chifres.
Número Two: Alguns anos depois, na flor da minha juventude (4 ou 5 anos), eu sofri um mal de modelo: a anemia. Para combater esse malefício, minha abençoada mãe me comprou umas pastilhas anti-anêmicas da Turma da Mônica, que na época, era sinônimo de eficiência no combate da doença. Era a minha última salvação. Mas, como era de se esperar, algo de errado aconteceu. Meu pequeno sobrinho suíno, tentado pelo sabor maroto de tutti-frutti das pastilhas, devorou de umas só vez todas, sendo que o uso recomendado das mesmas é de uma por dia. Resultado: ambos quase morreram por causa disso. Eu devido a magreza e da falta do remédio, por ser muito caro para comprar outro, e ele por adquirir em um espaço muito curto de tempo cerca de 25 quilos. Isso se reflete até os dias atuais. Hoje, peso 20 quilos abaixo do considerado "magro", e ele 30 kg acima do considerado "gordo".
Number Três: Conseguindo alcançar os seis anos de idade, eu queria me tornar independente da minha mãe. Estava rebelde. Naquela época, eu não estava mais aprovando a idéia dela me acompanhar no banheiro para me limpar. Então, abri o jogo. Ela concordou e me disse: "Tudo bem, então vá sozinho. Eu estou indo no mercado e daqui a pouco eu volto."
Aí foi tudo belezura. Ela saiu e então eu pude finalmente ir ao banheiro realizar minhas necessidades fisiológicas. Muito bem, estava eu no trono. Já havia terminado e me limpado. Até que fui tentar descer da privada. Como já era de se imaginar, criança ridícula + privada = escrotice. Caí na privada em uma posição quase impossível de sair. Comecei a gritar por ajuda, mas, minha mãe havia ido ao mercado. Resumo da ópera: Tive que esperar cerca de vinte minutos até que minha mãe voltasse e me tirasse da privada "enfezada".
Número Four: Com nove carnavais nas costas, quebrei meus óculos batendo a cara na quina da porta enquanto corria pela casa. Minha mãe comprou outro que custou os braços da velha, e eu o quebrei denovo no mesmo lugar.
Number Cinco: Meu maior medo de infância não era bicho-papão nem outro qualquer mito desses. Existia um programa na Globo chamado "Caça-Talentos", que tinha como protagonista a "mancha-na-coxa", vulgo Angélica. Pois bem, como era uma novelinha meio sem-noção, que falava de magia e essas coisas, tinha uma vilã, que por sinal era a Cláudia Rodrigues (Marinete), que na verdade era um monstro horrendo, cheio de chifres e vozes satânicas. Juro que não conseguia viver em paz depois que vi tal criatura. Não dormia, via o bicho em todos os lugares. Enfim, foi um sofrimento sem igual. Até que, quando já tinha esquecido o monstro e a série já tinha até acabado, assisti o desenho "Caverna do Dragão", e vi o vilão Vingador; ai meu drama começou novamente.
Número Six: Muitos anos depois, peguei a malandragem da vida. Estava me achando injustiçado por sempre fazer as coisas certas e me ferrar. Até que, com mais ou menos 12 anos, fiz meu primeiro delito. Havia um trabalho ridículo de Educação Artística, que era só colorir uns quadradinhos com tinta guache. Quando a aula tinha acabado, todo mundo saiu e eu fiquei guardando minhas coisas (como sempre). Ai, vejo embaixo de uma carteira um trabalho já feito, lindo de morrer. A minha intenção era devolver para a menina que o fez, mas, quando chegou a outra aula e a professora pediu as atividades para a correção, eu entreguei o trabalho furtado, porque não havia terminado o meu. Me achei o sabichão. Até que, por um excesso de burrice, eu não apaguei direito o nome da infeliz autora da obra. A professora viu isso e só faltou me mastigar vivo. Disse que eu dei a maior decepção dela. E a maior desgraça de todas: .....ela me anotou no caderno de ocorrências (brrrrrrrrrrrrrllllll)
Number Sete: No auge da minha ridicularidade, estava começando a sair com minhas recém-amigas "roqueiretes". Nesse tempo, eu tinha que sair com as roupas que minha mãe escolhia, porque ela falava que eu não tinha gosto pra essas coisas por ser homem ( ou seja, passei alguns anos de minha vida vestindo altas bermudinhas e camisetas laranjas com o dobro do meu tamanho).Tudo estava bem, até que as tais "novatas da escuridão" me chamam para ir em uma festa de Halloween. Okay. Estávamos todos maquiados e vestidos de preto. Chegamos no tal lugar da festa e.....nada. Ficamos batendo na porta do local e nada. Estava tudo fechado. Inconformadas com a vida, as aprendizes de "piriguetes" decidem ir causar no shopping mais perto. Fomos lá e, após sermos expulsos, ficamos na rua em frente esperando o pai de nossa amiga nos buscar. Eu, querendo interagir no grupo para não ser escurraçado, pego uma bolsa feita de tampas de latinhas e começo a rodar na esquina mais próxima. Um carro parou. Nunca fiquei com tanto medo de perder as pregas em toda a minha vida. Desde então, prometi para mim mesmo que nunca mais faria prostituição em Osasco (eu disse em Osasco).
Número Eight: Como podre final, poderia colocar uma das milhares coisas ridículas que já fiz. Mas, escolhi um bem simples para fechar com chave de ouro. Bem, na minha infância, eu nunca interagi muito com as demais crianças, porque geralmente, elas só conversavam comigo para me humilhar. Mas, um dia, fui brincar com os pequenos ranhentos da minha rua de esconde-esconde. Eu havia me escondido em um lugar fabuloso, e só faltava eu para ser achado. Se eu conseguisse chegar a tempo no local para se salvar, eu faria o famoso "salva o mundo", e todos que se esconderam também seriam salvos. Nesse momento o caminhão de lixo havia acabado de passar e deixado muitos vestígios de lixo pelo chão. Eu, quando tive uma oportunidade, fui correndo para o local que salvaria a minha moral. Estava correndo. Uma corrida rumo a vitória. Faltavam poucos metros. Em minha cabeça conseguia imaginar todos os meninos me levantando e me prestigiando como salvador. Até que, como obra das trevas, surge do nada um pedaço de coxa de galinha no chão bem oleoso. Eu despercebido, pisei em cheio no tal material e escorreguei. Exatamente nessa hora, um carro passa em alta velocidade na minha frente e, como eu estava estatelado no chão com as pernas pro ar, o veículo bate violentamente no meu pé e vai embora.
No pronto-socorro, enquanto a enfermeira fazia meus curativos, eu chorava. Mas não pela dor do machucado, e sim por não ter conseguido salvar o mundo!
O End.
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